O Chamado de Presidente de
Missão é diferente de outros chamados da Igreja por muitas razões. Ele é um
chamado que se aproxima muito do chamado Apostólico. De fato, no inicio desta
dispensação eram os Doze que presidiam as missões de proselitismo da Igreja.
Com o crescimento da obra, esse chamado foi delegado, embora ainda seja
cuidadosamente supervisionado pelas Autoridades Gerais.
Os homens que são chamados para presidir uma missão
são fieis ao evangelho, são experientes no sacerdócio, são dignos, humildes e valorosos.
Eles deixam tudo o quem tem e levam sua família para uma parte do mundo - onde
passam três anos consagrando suas vidas à obra do ministério. O presidente de
Missão é designado por imposição de mãos por uma Autoridade Geral, assim como a
esposa do presidente de missão, que é chamada como missionária de tempo
integral. Ambos recebem treinamento - em um Seminário de Presidentes de Missão.
Esse treinamento envolve quase sempre todos os Apóstolos.
A importância de um presidente de missão não pode ser
mensurada. Criam-se gráficos e tabelas expondo resultados exteriores, como
número de missionários, criação de novas alas e estacas, número de batismos,
etc. Mas essas coisas não mostram se o presidente e sua esposa tiveram sucesso
em seu encargo. O verdadeiro sucesso se manifesta na vida dos missionários -
até mesmo (ou principalmente) depois que terminarem seu serviço de tempo
integral.
Hoje, depois de terminar a missão, percebo, com
grande assombro, a importância de um presidente.
Tive a honra de servir com dois presidentes de
Missão: Presidente Webster e Presidente Araújo. Também devo incluir o
presidente do CTM, que influenciou muito positivamente minha missão: Presidente
Cardon. Todos esses homens eram homens de Deus.
Caso você sirva com um presidente de missão durante
toda sua missão, não enfrentará um possível problema que pode vir a surgir
quando um novo presidente chega. Explicarei.
Paulo disse que a diversos ministérios, mas o Senhor
é o mesmo (1 Coríntios 12:5). Pois bem, citar essa passagem é muito mais fácil
que vivê-la. Um presidente serve por três anos. Neste tempo, ele molda a missão
- estabelece regras, disciplina os missionários, da enfoque na obra de acordo
com as necessidades do tempo e lugar. Esse presidente tem um conjunto ímpar de
experiências e expectativas - ele foi preparado pelo Senhor para aquele tempo.
Alguns missionários classificam os presidentes de
missão, dizendo que um certo presidente é "paizão", e que o outro é
"durão", etc. Isso não é adequado. É verdade que alguns presidentes
de missão devido a sua visão pessoal da obra, orientação dos líderes gerais,
grupo de missionários atuantes naquele tempo, circunstancias regionais, e
outros fatores agem de maneira diferente a de que um outro presidente agiria.
Como Paulo disse, a diverso ministérios. O Senhor usa os talentos, recursos,
aptidões e experiências do presidente para abençoar aquela missão naquele tempo.
Quando o Presidente Araújo chegou na missão percebi
que ele era diferente de Presidente Webster. A imagem que eu criará do
presidente de missão era a de um líder norte-americano, de cabelos brancos, que
pregava muito sobre o amor e incentivava-nos a ajudar os menos ativos. Quando
vi o presidente Araújo, vi um homem jovem, de cabelos pretos, brasileiro, que
estabeleceu um novo ritmo de prestação de contas na missão. Ele queria que
focássemos no batismo - sua meta era dobrar o número de batismos da missão.
Como eu era um líder quando houve a troca de
presidentes de missão, tive a oportunidade de conhecer o novo presidente antes
dos demais missionários. Resolvi naquela ocasião que não compararia os
presidentes e que apoiaria o novo presidente, mesmo que ele estabelecesse novos
programas, procedimentos e regras que divergiam das orientações do antigo
presidente. Sabia, de todo coração, que o presidente Webster havia feito uma
grande obra, inclusive na minha vida pessoal. Eu havia servido com ele por
cerca de uma ano e o amava. A vinda de um novo presidente não afrontava meu
amor pelo Presidente e Sister Webster. Pode parecer simplório, mas ajudou-me o
fato de imaginar como minha mãe se sentia em relação a seus filhos. Ela tinha
seis filhos - e amava igualmente a todos. Assim, eu poderia amar e aprender com
um novo presidente de missão.
Meus temores, tão humanamente naturais quando há uma mudança,
logo cessaram. Adquiri um testemunho de que o presidente Araújo era um homem
preparado por Deus. Sua energia e poder podiam ser sentidos na expressão que
tão constantemente empregava: "fogo nos ossos!"
Mas como eu era um líder na missão, percebi que
alguns missionários tiveram dificuldade em aceitar o presidente novo. De fato,
alguns murmuravam e chegavam até a se rebelar. Em certa reunião de liderança o
presidente Araújo convidou os líderes de distrito a orarem para saber se ele
havia sido chamado por Deus, pro que, disse ele, "ainda há alguns de vocês
que não sabem isso". Depois de alguns dias, um dos líderes de distrito que
eu liderava, veio até mim e disse: "É verdade. Eu orei. É verdade. Ele foi
mesmo chamado por Deus."
Essa pode ser a solução mais eficaz: orar. Durante
sua vida na Igreja mudanças na liderança serão comuns. O chamado de um novo
apóstolo, um novo presidente de estaca, um novo bispo, etc. Para aceitar e
seguir esses líderes você precisa fazer mais do que erguer o braço em sina
líderes apoio. Precisa confiar neles. E essa confiança é recebida e fortalecida
quando recorremos a Deus.
Lembro que o presidente Gordon B. Hinckley, que
presidia a Igreja, faleceu enquanto eu era um missionário. Na Conferência Geral
em que o Presidente Monson seria apoiado orei para que eu recebesse um
confirmação de que ele era o novo profeta e presidente da Igreja. Na Assembléia
Solene, onde tive a oportunidade de levantar-me como élder de Israel e apoiá-lo
o Espírito repousou sobre mim e soube, através de um sentimento cálido e uma
paz mental de que o Presidente Monson havia sido escolhido por Deus. Posso
seguramente dizer que com essa experiência viu o manto profético repousar sobre
o Presidente Monson.
Assim, caso esteja difícil aceitar um conselho de seu
presidente de missão, você pode fortalecer sua fé no fato de que ele foi
chamado por Deus e possui um manto sagrado para aquela época e lugar.
Siga seu presidente de missão. Pode ser que ele lhe
diga: nesta missão não usamos mochilas. Todos vocês devem carregar na mãos seus
livros. Mesmo que você não concorde, siga essa orientação e não murmure. Se seu
presidente de missão lhe disser: "pare de ensinar menos ativos - seu
trabalho é com aqueles que não são membros" - siga-o - mesmo que lhe pareça estranho. A
obediência não será cega, será uma obediência com fé. Fé não é um perfeito
conhecimento. Mas a medida que você seguir seu presidente com fé, saberá que
ele foi inspirado.
Agora quero comentar uma remota hipótese. Se o
presidente de missão errar? Se ele apostatar? Bem, realmente isso é possível -
mas é muito improvável. Além de serem homens experientes e muito bem treinados
na fé, eles tem constantes entrevistas com Autoridades de Área e Autoridades
Gerais. Se ele pecar gravemente - e sempre há histórias inverídicas a esse
respeito que circulam nas missões - então precisará deixar a missão.
O Senhor esta no controle da Igreja. A obra é Dele.
Não precisamos temer. Ademais temos os princípios de retidão. Você NUNCA deve
fazer algo que vá contra os princípios da retidão. Se o presidente de missão,
ou qualquer outro líder lhe instar a pecar, você não precisa fazê-lo - não deve
fazê-lo.
Já ouvi histórias de homens que serviram missão e
sofreram muito. E segundo esses homens, eles sofreram tanto pro causa da dureza
de seu presidente de missão. Como não conheço todas as circunstâncias que
envolviam esses missionários não posso julgá-los. Posso porém falar de minha
própria experiência. Nunca senti que meus presidente de missão eram duros, me
desencaminhariam ou fariam outros perder o rumo certo.
Apesar de não ver muitos meus presidentes durante a
missão eu lhes enviava uma carta semanalmente. Raramente o presidente
respondia, pois seu tempo era curto. A cada um mês e meio eu tinha uma
entrevista com o presidente. Era como se ele me conhecesse dês da infância. As
entrevistas eram rápidas - não duravam mais do que dez minutos. Mas eu podia
sentir seu amor e confiança.
Meus presidentes de missão ajudaram-me não só durante
o serviço de missionário, mas depois também. Vou mencionar apenas um exemplo:
Na entrevista final - a minha última antes de voltar para casa - o presidente
me disse que não havia uma profissão pré-ordenada para mim - mas que eu deveria
ser sábio em escolher algo que gostasse e pudesse sustentar minha família. Apenas alguns meses antes dessa última
entrevista, ele inspiradamente sugerira que eu estudasse Direito. Eu nunca
havia pensado em estudar direito, na realidade gostava de desenhar - e pensava
em fazer Artes Plásticas. Quando voltei para casa me debati com a questão de
qual rumo tomar nos estudos e profissão. Depois de orar e jejuar muito decidi
fazer Direito. O Espírito confirmou minha escolha e lembrei dos conselhos
inspirados de meu presidente. Fiquei impressionado com o fato dele sugerir exatamente
algo que, mais tarde, eu escolheria. Para mim, ele foi um profeta.
Esse é um exemplo ínfimo do poder de um presidente de
missão. Seu presidente de missão é um profeta para você. Ele pode olhar nos
seus olhos e saber exatamente o que esta sentindo e fazendo. Ele pode corrigir
seu caminho e prometer bênçãos especificas.
A esposa do presidente de missão é uma mulher
adorável. Ela é um exemplo do amor de Deus. Sister Webster e Sister Araújo eram
ternas, fiéis e carinhosas. Eu sabia que elas me amavam e me apoiavam. Elas me
tratavam como se fosse seu filho - e eu sabia que podia contar com elas como se
fossem minha própria mãe.
Venero meus presidentes e suas esposas. Sei que são
homens e mulheres de grande valor. Eu os amo e sei que me amam. Quando os
reencontro sinto-me como Alma quando encontrou os filhos de Mosias: sempre é
"um encontro muito alegre"
porque minha alegria é
"realmente grande" (Alma 27:16, 19).
Caso
você esteja tendo dificuldades de seguir seu presidente, ou esteja vendo
defeitos na ministração e administração dele, convido-o a se arrepender e orar
por perdão. Não firme a arca. Não se rebele. Ore para que o Senhor lhe abençoe
com o dom da obediência e procure ser uma bênção para seu presidente de missão.
Se fizer isso eu prometo que você será feliz e colherá às recompensas eternas
de se aprender com um bom exemplo.
muito bom!
ResponderExcluirmuito bom!
ResponderExcluirMuito bom esses conselho queria ter visto antes do meu neto ir pra missão sei que ia ajudar muito ele la ..Ele esra na missão Refice norte
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